sexta-feira, 16 de maio de 2008

AOS AMIGOS DA ONÇA...

Parte I
Aos maliciosos, meu desprezo.
Aos oportunistas, meu silêncio.
Aos invejosos, minha piedade.
Aos rancorosos, meu abraço.
Aos traiçoeiros, meu perdão.
Aos venenosos, minha gargalhada.
Aos pequenos de alma, minha nobreza de coração.

Parte II (na TPM)
Aos maliciosos, um soco no olho.
Aos oportunistas, um tapa na boca.
Aos invejosos, um grito no ouvido.
Aos rancorosos, um peido de ovo e salame.
Aos traiçoeiros, um cd do Wando.
Aos venenosos, um mousse de alitche.
Aos pequenos de alma, um pontapé no traseiro.

Ana Raquel Camões Moura Brasil de Assis Chapolin

LOUCURA

"Não, não há na terra nem alegria, nem felicidade, nem prazer que não venha de mim. Vede, primeiramente, com que previdência a natureza, essa terna mãe do gênero humano, teve o cuidado de semear em toda parte o condimento da loucura! Pois, segundo os estóicos, ser sábio é tomar a razão como guia; ser louco é deixar-se levar ao sabor das paixões. Ora, Júpiter, para suavizar um pouco as agruras e os desgostos da vida, não deu aos homens mais paixões do que razão?"
Erasmo de Rotterdam

domingo, 11 de maio de 2008

PLENITUDE

"Agora me lembrei de que houve um tempo em que para me esquentar o espírito eu rezava: o movimento é espírito. A reza era um meio de mudamente e escondido de todos atingir-me a mim mesmo. Quando rezava conseguia um oco de alma - e esse oco é tudo que posso eu jamais ter. Mais do que isso, nada. Mas o vazio tem o valor e a semelhança do pleno. Um meio de obter é não procurar, um meio de ter é o de não pedir e somente acreditar que o silêncio que eu creio em mim é a resposta a meu - a meu mistério."
Clarice Lispector

quinta-feira, 8 de maio de 2008

quarta-feira, 7 de maio de 2008

sábado, 3 de maio de 2008

RAZÃO DE VIVER

Acho que talvez não entenda bem o funcionamento dos fatos na vida cotidiana. Talvez nem deva tentar entender mesmo. O fato é que a cada dia, cada vivência traz consigo um caráter essencialmente causador de uma insustentável dureza do ser. Sim. A isto os acadêmicos denominariam condicionamento operante ou aprendizagem por estímulo negativo, talvez Pavlov tenha algo a ver com isso, se não me falha a memória. De tanto tomar na cabeça estou ficando dura, medrosa. Decepcionada com minha tosquice e com o velho pensamento machista que domina a ordem das coisas. Não vou aqui ficar divagando sobre relacionamentos ou a ordem social estabelecida, mas ilustrando apenas o quanto estas coisas dentro de determinado contexto podem torrar verdadeiramente o saco de alguém. Prá quem está com a vida ganha isso pode ser ótimo. Tão divertido como ir a um parque aquático aos domingos escorregar no toboágua, ouvir pagodim e comer coxinha frita engordurada na cantina. Mas prá quem está passando por maus bocados tentando um espaço profissional no mercado, criando filhos, pagando aluguel, prestação de automóvel, mensalidade escolar, dentre outros, um relacionamento se torna, no mínimo, uma demanda. Mais uma coisa a se resolver em meio ao turbilhão informativo e tecnológico que o homem atual precisa digerir para sobreviver. O meu saco está um tanto quanto bem passado. Tenho vontade de ficar encolhida num canto esperando a maré baixar. Assim, virando besouro. Se tem algo na vida que tenho certeza, além da morte, é de que vale muito a pena rir de toda esta badalhoca. Uma sessão de risadas equivale a diversos abdominais e libera endorfinas, maravilhosos paliativos contra o pessimismo e a depressão. É isso aí. Sem falar na possibilidade de adquirir uma cinturinha de pilão. Rir de si mesmo. Rir da desgraça. Fazer chacota com o sofrimento e malabarismo com a pequenez humana. Esta deve ser, enfim, a razão de viver.